14/05/2010

CINE #FAIL

Hoje é sexta-feira... é dia de: CINE FAIL!

À Deriva

É exatamente assim que fiquei quando assisti esse filme (e isso não foi bom). Um roteiro que tenta ser forte mas não consegue. Logo me vem uma constatação que Godard fez lááá atrás: é possível fazer um bom filme com um ótimo roteiro e uma direção fraca, mas é impossível fazer um bom filme com um roteiro fraco e uma direção extraordinária.

O problema, acredito, foi a escolha de prioridades. Os personagens perdem força quando fazem drama demais e o filme fica fraco quando privilegia a estética e deixa de lado o conteúdo (já que se impõe como um drama familiar).

A fotografia é exagerada (praticamente uma propaganda de creme dental). As lindas paisagens, as cores super contrastantes e o ar de filme queimado não contribuem em nada pra que a história ande. Pelo contrário! Em uma clara investida de ressaltar a beleza da atriz e do cenário, o diretor incluiu várias cenas de Filipa percorrendo o caminho entre sua casa e a casa da amante do seu pai. Assim, o filme torna-se repetitivo e ganha gorduras na tentativa de impressionar pela fotografia.

No final, uma cena descolada do roteiro ganha destaque: um acidente na estrada. Será que essa é a melhor forma de demonstrar a preocupação de Matias com Ângela? Ou mais uma tentativa fraca de causar suspense e prender a platéia ao filme?

Enfim, À Deriva tem o mérito de ser filmado com uma beleza estética destacável no cenário nacional, além de uma bela trilha sonora e boas atuações de Debora Bloch e Vincent Cassel. Mas ainda está longe de ser considerado um bom filme.


À Deriva
titulo original: (À Deriva)
lançamento: 2009 (Brasil) (EUA)
direção: Heitor Dhalia
atores: Vincent Cassel, Camilla Belle, Débora Bloch, Laura Neiva, Max Huzar
duração: 97 min
gênero: Drama
aderivafilme.com.br

Um comentário:

  1. Boa resenha, e a foto no post, lembra mesmo uma propaganda de creme dental. Heheheheheheh!

    É isso aí!

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